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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Nunca mais carnaval




Com  o fim dos carnavais em clubes Sobral enterrou de vez sua cultura momina, exportando seus foliões para as cidades praianas e serranas. A falta de criatividade, bom gosto e boa vontade dos gestores de lá até aqui - não somente deles, mas também de empresários - contribuiu para que perdêssemos a referência nesse aspecto.

Quando chega o período carnavalesco grande parte da população se ausenta e a cidade praticamente fica deserta. Isso causa uma enorme prejuízo para o comércio. Neste ano de crise, imaginem como deve ser a falta dos compradores, eles que foram deixar em outras plagas o insumo de nossa prosperidade econômica.

Permanecemos há quase um século o espetáculo circense promovido pelas escolas de samba. Sem dinheiro, sem projeto e sem logística, estas se atrevem a realizar o que chamam de desfile, quando na verdade mais se parece uma amostra de pobreza exposta no plástico, no papelão, no flandre e no filó, composto que denuncia a pobreza do nosso carnavalzinho de rua.

Houve tempo em que as margens do rio Acaraú abrigavam milhares e foliões. Era ali onde a Prefeitura deveria ter desenvolvido um projeto para prender parte dos foliões, evitando o êxodo total da alegria e da economia, que anualmente fogem.

Quem vê o carnaval de rua de Sobral, digo o desfile das escolas de samba, sente dó da nossa cultura desumana. Não se admite que uma gestão municipal não faça o mínimo de esforço para ver a cidade repleta de pessoas animadas. Lazer é antes de tudo um dos princípios que fundamentam os direitos básicos de uma sociedade.

Como não temos jeito a dar, vamos esperar e ver no que vai dar. Não deixemos de pedir a Deus que não chova no momento do desfile das escolas de Sobral, pois se isso acontecer, adeus fantasias, alegorias e tudo mais que compõe o conjunto da obra.





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