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terça-feira, 22 de março de 2016

Facemorte




O número de mortos no Facebook está subindo rapidamente. Em 2012, apenas oito anos depois de seu lançamento, 30 milhões de usuários com uma conta no site tinham morrido.

E essa quantidade vem aumentando. A revista científica Jurimetrics, editada pela Universidade do Arizona, estima que mais de 8 mil usuários morram por dia.

Em algum momento, vai haver mais usuários mortos do que vivos no Facebook. Trata-se de um cemitério digital cada vez maior e irrefreável.

Muitos perfis do Facebook anunciam que seus donos morreram e eles passam a ter um “memorial”. A pessoa deixa de aparecer em áreas públicas como “Pessoas que você talvez conheça” e lembretes de aniversário.

Mas nem todos os falecidos ganham um memorial virtual. Kerry, um dos meus companheiros de casa na época da faculdade, se suicidou há alguns anos. Sua viúva, familiares e amigos regularmente postam mensagens e imagens na página dele, fazendo com que Kerry ele apareça na minha página inicial.

Nem Kerry nem minha tia Jackie tiveram suas mortes reconhecidas pelo Facebook ou pelos usuários que involuntariamente caíram em seus perfis. Suas identidades digitais continuam existindo.

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