domingo, 14 de junho de 2015

Universidades brasileiras terão 1 milhão de novos estudantes em 2015




As universidades brasileiras terão 640 mil novos estudantes apenas neste primeiro semestre de 2015. Somado com o número do segundo semestre, o total chegará a 1 milhão de universitários neste ano, segundo a presidenta Dilma Rousseff. Em entrevista ao Programa do Jô, nesta sexta-feira (12), ela disse que estão garantidas as verbas para manter, neste ano, os principais programas da Educação e que o ajuste fiscal não comprometerá a estratégia “Brasil, Pátria Educadora”, uma bandeira do seu segundo mandato.

“Nós, neste ano, teremos um milhão de novos estudantes na rede universitária, tanto pública, quanto privada. Antes, um milhão se fazia em três anos, quatro anos. Porque só tinha três milhões de pessoas fazendo escola [superior]”, comparou. E disse que é importante cuidar da educação desde os primeiros anos da criança, para levá-la à universidade. Por isso, o governo federal financiará a construção de seis mil neste ano.

“A grande questão do Brasil é educação, mais educação, mais educação”, afirmou ela. Porque somente assim será possível manter a recente redução das desigualdades e a distribuição de renda feita no País, que elevou 50 milhões de pessoas à classe média e retirou 35 milhões da pobreza, explicou. “Para isso ser sustentável e perene, duradouro e efetivo e a gente não voltar atrás, essas pessoas precisam receber educação de qualidade”.

Dilma destacou a importância do conhecimento tecnológico e da inovação para a soberania brasileira. “Para virar um país desenvolvido, e ser uma nação soberana, o Brasil tem de investir em ciência, tecnologia e inovação. E isso tem por base a educação”.

Caminhos para a universidade

Ainda sobre o ensino universitário, a presidenta destacou que os avanços foram construídos ao longo dos últimos 13 anos, “porque você nunca faz isso de um dia para o outro. O acesso à universidade foi garantido através do Sistema Único, que é feito pelo Enem, que é o Sisu. Duplicamos o número de estudantes que fazem hoje universidades públicas”.


E acrescentou: “Nós demos algo que não tinha no Brasil, bolsas em universidades privadas. Você tira o imposto e paga a bolsa. O governo tira o importo e, com esse dinheiro que eles não vão pagar imposto, paga-se a bolsa. Isto daí chama-se Prouni, isso é o Prouni”.

Em seguida, ela abordou o Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies. O programa foi mantido neste ano pelo governo, mesmo passando por uma reestruturação orçamentária. No Fies, disse Dilma Rousseff, se o curso é de quatro anos, o governo financia o pagamento e o aluno só paga 13 anos após ter iniciado os estudos.

Ensino médio e profissionalizante

A presidente contou que, no início do governo, constatou a necessidade de continuar reforçando o ensino profissionalizante. “Vimos o seguinte: um país sem ensino técnico profissionalizando, não consegue inovar. Você precisa não só de cientista, de pesquisador, precisa de técnico de nível médio. E técnico de nível médio tem de ser uma profissão valorizada. Então, fizemos o Programa Nacional de Ensino Técnico (Pronatec)”.


Para viabilizar o Pronatec, o governo procurou parcerias com instituições privadas que já tinham uma estrutura na área do ensino técnico, como o Senai, da confederação Nacional da Indústria; o Senac, do Comércio; o Senat, do Transporte; e o Senar, da Agricultura. “Com esses quatro, fizemos uma parceria e formamos oito milhões de pessoas, homens e mulheres – e é bom dizer que as mulheres foram 52% dos oito milhões”.

O primeiro objetivo, enfatizou Dilma Rousseff, é dar ao estudante do ensino médio uma formação técnica de qualidade. “Por exemplo, ele vai ser um eletricista de primeiro time ao mesmo tempo em que faz seu ensino médio, final de ensino médio”.

O segundo objetivo é fazer a mesma coisa para o trabalhador. “Mas, para o trabalhador, criamos cursos menores. Ou seja, de menor prazo, mas que têm uma sequência. Então, ele começa, por exemplo, como instalador de eletricidade predial. Depois, passa para um outro curso. Geralmente os cursos duram 180 dias ou três meses”. Dessa forma, o governo garante a formação continuada do trabalhador.

Pequenos empreendedores

O governo também oferece cursos para empreendedores e microempreendedores individuais. “Porque nós formalizamos esse pessoal que tem o micronegócio, o microempreendedor individual. Que pode ser a mulher que tem um cabeleireiro; a mulher que faz uma unha; o pipoqueiro; o outro, que faz um serviço”.


Segundo a presidenta, é importante formalizar esses pequenos empresários para que tenham acesso ao microcrédito. “Ele pode tirar, vamos supor, R$12 mil e abrir um ‘negocinho’. Nós damos assistência para ele, ensinamos como é que ele faz as contas dele e acompanhamos isso”. Ele pode também pagar um percentual pequeno sobre sua atividade e ter direito à aposentadoria a partir do momento que cumprir os prazos.

Creches 

Em sua entrevista na televisão, a presidenta Dilma falou sobre a importância das creches para o sucesso da vida escolar das crianças, para que todas tenham as mesmas oportunidades. “Antes falavam assim: ‘Ou você faz um bom ensino fundamental ou você faz um ensino universitário’. Não. O ensino tem que ser bom da creche à pós-graduação. Um depende do outro. É tudo interligado”.


Ela lembrou também que se costuma dizer que as creches são necessárias para que as mães possam trabalhar. “Eu acho que é bom para a mãe que trabalha ter creche. Mas você precisa de creche não é para ela, é para a criança. A raiz da desigualdade está na capacidade que a criança vai ter de ser estimulada. Quanto mais estímulo a criança tiver, melhor é o desenvolvimento intelectual, afetivo, emocional. E melhor ela se dedica, depois, ao aprendizado”.

Com essa meta, o governo federal criou um programa para a construção de seis mil creches no País. “Nós não fazemos diretamente as creches. A gente dá os recursos para os municípios fazerem. A mesma coisa acontece com os demais níveis até o ensino técnico”, ressaltou.

Por tudo isso, ter creche no Brasil não é uma questão acessória, enfatizou a presidenta. “Não é um colorido. Ter creche no Brasil ataca a desigualdade na raiz e permite que você crie um futuro de crianças saudáveis”.

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