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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Quais os sintomas da hipertensão arterial?




Dr. Marcelo Scarpari Dutra Rodrigues

Os sintomas da hipertensão arterial sistêmica (HAS) podem ser diversos, entretanto na maioria dos casos ela não provoca quaisquer sintomas. Na verdade, os sinais e sintomas que surgem são de doenças decorrentes da hipertensão arterial não propriamente tratada, e não da HAS propriamente dita. São, portanto, os sinais e sintomas da insuficiência cardíaca, do AVE ou da insuficiência renal. Por isso, é fundamental que você meça sua pressão anualmente - sem medir, é impossível saber se ela está elevada ou não.

Alguns mitos devem ser derrubados:

Dor de cabeça ou na nuca NÃO SÃO, geralmente, sintomas de hipertensão arterial. Geralmente o que ocorre é o oposto, isto é, a dor (seja ela de cabeça, barriga, coluna ou qualquer outro local) eleva a pressão, o que é normal quando sentimos dor. A dor de cabeça/nuca diretamente causada pelo aumento pressórico só ocorre em níveis muito elevados, geralmente acima de 200/110 mmHg ou pacientes com picos hipertensivos muito acima do habitual.

Nervosismo e ansiedade NÃO SÃO sintomas de HAS, pelo mesmo raciocínio da dor de cabeça/nuca: geralmente a pessoa quando está ansiosa tem a pressão arterial mais elevada. Não é a pressão alta que gera ansiedade, é o oposto. Obviamente, toda regra tem sua exceção: pessoas com insuficiência cardíaca (que pode ser ou não secundária à HAS) podem ter sintomas de cansaço e falta de ar, levando a um quadro de ansiedade.

Sangramento nasal também NÃO é sintoma de HAS, exceto em 15% dos pacientes mais graves. Se o seu nariz sangra com frequência, procure um otorrinolaringologista, é provável que exista outra causa para o problema.
Tontura também NÃO é sintoma de hipertensão arterial. 

Na verdade, os pacientes hipertensos já sob tratamento costumam ter tonturas - não como sintoma de elevação da pressão, mas sim como efeito colateral dos medicamentos - principalmente quando a pressão cai muito rapidamente. A tontura também pode ser decorrente de muitos outros motivos, como neurite vestibular (popularmente conhecida como labirintite) ou a vertigem paroxística posicional benigna, entre outras causas. 

Se a pressão subir muito e subitamente, e aqui estamos falando de valores acima de 200-220 mmHg de pressão sistólica, é possível que o paciente refira algum grau de tontura ou sensação de cabeça leve. É importante salientar que picos hipertensivos podem ocorrer nos quadros de AVC e a tontura é um sintoma comum desta complicação, portanto a investigação deve ser feita com atenção, caso a caso.

Ondas de calor e vermelhidão facial NÃO são sintomas de pressão alta. O aumento da pressão arterial não provoca calores nem deixa a face mais avermelhada. O rubor e o calor facial ocorrem quando os vasos sanguíneos se dilatam no rosto. 

Este quadro pode surgir por diversos fatores, tais como exposição ao sol, calor, frio, alimentos picantes, bebidas quentes, reações a produtos de pele, stress emocional, consumo de álcool ou exercício físico, todas essas situações também podem causar alterações da pressão arterial temporariamente, mas como consequência e não como causa.
10 Mandamentos contra a pressão alta:

Meça a pressão pelo menos uma vez por ano;

Pratique atividades físicas todos os dias, ou pelo menos 40 minutos, cinco vezes na semana;

Mantenha o peso ideal, evite a obesidade;

Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes;

Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba;

Pare de fumar;

Nunca pare o tratamento, é para a vida toda. Faça-o corretamente, nos horários certos;

Sempre siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde;

Durma oito horas todas as noites, verifique se a qualidade do seu sono é boa;

Evite o estresse. Reserve tempo para a família, os amigos e o lazer. Garanta pelo menos uma hora por dia, todos os dias, para fazer algo que realmente gosta.

Em caso de suspeita de HAS, um médico (preferencialmente um cardiologista) deverá ser consultado. Ele poderá avaliar detalhadamente, através de anamnese, exame físico e eventuais exames complementares, se este é seu diagnóstico correto, orientá-lo e prescrever o melhor tratamento, caso a caso.

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