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sábado, 23 de setembro de 2017
Furacões nos EUA interferem no clima do Brasil
Parece estranho, mas o clima muda por conta de tantas tempestades sobre o Atlântico Norte
Quando um furacão passa sobre o mar ele retira o calor da água superficial para “abastecer as ventanias”.[1]
Já quando várias tempestades passam pela mesma região, no caso entre o Caribe e a costa leste dos EUA, a saída da energia é tanta que a temperatura da água diminui alguns graus. É um modo de compensar a quantidade de energia disponível naquela área.
Com José serão três furacões fortes.
O primeiro, Harvey, passou pelo Golfo do México e chegou ao Texas. O segundo, Irma, passou pelo oceano e entrou na Flórida.
José, o terceiro, ainda está longe da costa. Porém a previsão do centro europeu de hoje, 13 de setembro de 2017, indica a chegada da tempestade no fim da semana que vem, na altura do estado da Virgínia.[2]
O mar já foi bem resfriado quando comparamos a temperatura da superfície desde a semana passada, como podemos ver nestas imagens de anomalia da temperatura da superfície do mar:
O golfo do México, que aparecia em amarelo e laranja, agora está mais azul perto do Texas e de Cuba. Enquanto isso, a temperatura sofreu pouca alteração perto da Venezuela e do Panamá.
Isto é importante para o começo da chuva de primavera no centro do Brasil.
Quando o mar fica assim é mais fácil formar nuvens tropicais sobre o norte da América do Sul. As áreas de instabilidade podem se mover mais rapidamente para a Região Centro-Oeste, alimentando as nuvens de chuva nesta parte do país.
Ou seja, no final os furacões podem ajudar no começo da estação chuvosa no oeste do Brasil.
por Ana Lúcia Frony de Macêdo, meteorologista
Fontes:
[1] http://journals.ametsoc.org/doi/abs/10.1175//2562.1
[2] http://models.weatherbell.com/ecmwf/yecmwf_global.php
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