segunda-feira, 1 de maio de 2017

Saudades, poeta Belchior




Conterrâneo Belchior,

Pena que a sua volta tenha sido dessa forma, sem que você pudesse abraçar seu violão e nos levar ao encanto de eternas melodias.

Que pena poeta, ver você encerrar a divina comédia humana, quando os galos ainda cantavam nos quintais, e quão melancólico é ter a certeza dos mortais de que a sua ausência agora é perene até que as cortinas do Céu se abram.

Você foi diferente dos muitos artistas do cancioneiro nacional. Você não fazia música simplesmente para se cantar, mas poesia viva para a encantar.

Sobral, seu principal pedaço de chão deste país, está triste, choroso, saudoso e diminuído, pois não terá mais como enxergá-lo nos palcos que não sejam os do Paraíso astral.

Esperamos que você tenha gostado de ter voltado, de ter sido aplaudido, cantado e chorado pelos seus milhares de irmãos. Teria sido diferente com você vivo, acredito. Sei que os poetas não morrem, porque são feitos do amor imortal. Sei que o que verdadeiramente morre é o que não faz bem ao coração.

Vou tentar descer à realidade em que o nosso rapaz latino-americano pegou seu blusão de couro e mesmo com medo de avião segurou na mãe de Deus e foi morar com as estrelas.

Saudade meu poeta Belchior!

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