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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Crônica de um Beco Torto



Pérola do amigo José Lucídio Castro de Mesquita


Sábado, sempre sábado, após uma semana árdua mas proveitosa e sono bem curtido em sonhos e idílios diáfanos de uma seita etílica.
-Pô! Exclamarão os incautos incultos.
- Esse cara não diz nada! Não se comunica envereda em termos num trecho deste texto que não entendo!
-Será? Indago já imbuído de usufruir de um prazer inusitado que muito me apraz. Vivenciar e brincar com o linguajar da última flor do Lácio: A língua portuguesa respondo antes que me inquiram. 
Sou um neófito em crônicas pessoais, sempre estive por trás de personagens fictícios em localidades e situações fictas, primo pela ficção, vivo e vivencio todos os personagens que crio.
E se sábado vou ao beco torto, é o do cotovelo que já chamei de tornozelo em textos passados. Alguns dos leitores sabem e se leram gravaram o meu prazer de passear fagueiro a delinear enlevos e momentos oníricos no leve ondular lentos e dolentes de minha pena, abstraindo-me da realidade e embarcando célere em bacantes infinitas e irreais. 
Sim, sábado fui ao beco e ouvi indiscreto. Acho que estou ouvindo melhor! Um surdo ouvindo melhor sem uso de aparelho auditivo, no mínimo está sonhando ou mentindo... Pois é, afirmei já inseguro mas protegido pela minha pena e pela veracidade da palavra escrita. Ali no beco eu estava sentado num banco sob aqueles roletes de cana e curioso sem querer ouvi um colóquio informal:
-Ei, fulano daqui não se leva nada nem um vintém! Todos somos iguais, do pó viemos ao pó voltaremos! Exclamou.
Foi quando me lembrei de um trecho de uma canção de um amigo já embarcado:
“... Na viagem para o além,
Não se leva um vintém...”
E sobre o pó...? Bem é melhor eu ficar por aqui e acordar!

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