segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Existe mesmo esse tal Purgatório?



Como distinguir as verdadeiras das falsas aparições de almas do purgatório?
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Já demos as principais regras deste discernimento segundo a doutrina da Igreja e a teologia. Acrescentemos mais algumas.
No século XVII o sábio Cardeal Bona criticou severamente a facilidade e leviandade com que muitos acreditavam em revelações sobrenaturais e deu algumas regras que podem nos esclarecer muito na matéria. Vamos comentá-las:
1ª -  “Toda aparição desejada ou provocada é suspeita”. Ninguém deve desejar ver nem conversar com os mortos, indagar a sorte dos defuntos, mesmo que o faça por motivo de caridade e para rezar por eles. Não se deve desejar aparição alguma de alma do purgatório. Seria temeridade e presunção.
2ª- Se a aparição revela coisas ocultas que seria melhor silenciar sobre elas – faltas alheias, ensina coisas contrárias ao dogma e ao Evangelho, tem horror à água benta, ao crucifixo, etc. – está provado que se trata do demônio.
3ª- As almas do purgatório aparecem geralmente para solicitar orações, recomendar restituições, etc. E feito isto, não voltam mais, a não ser para agradecer.
Se uma aparição se torna importuna, dia e noite, ameaça, perturba a paz de um homem ou de uma família ou comunidade, é sinal certo do demônio.
4ª-  Ninguém deve aceitar serviços prestados pelas almas do purgatório que se vêm colocar a nossa disposição, morar conosco, etc. É pura ilusão, ou coisa diabólica.
5ª-  Todos os bons teólogos místicos ensinam que as aparições verdadeiras logo de princípio perturbam e assustam, mas depois deixam a alma numa doce paz, aumentam a humildade, excitam o amor de Deus e do próximo, e produzem um grande desejo de perfeição.
Quando alguém começa a se gabar das aparições, mostrar-se digno delas, perturbar-se em vão e encher-se de presunção, irritar quando os outros não fazem caso das suas visões, e desobedece as autoridades espirituais, eis um sinal bem certo de engano.
6ª-  É mister que as aparições sejam expostas singelamente a um bom sacerdote, sem exageros nem reticências, nem diminuição da verdade. E depois ficar pelo que ele decidir e obedecê-lo totalmente!
Com estas regras seguras dos bons teólogos e autores místicos, não haverá perigo de ilusão.
Deus Nosso Senhor, na sua misericórdia, tem permitido muitas revelações das almas do purgatório. Parece mesmo que são mais numerosas do que qualquer outra.
Quanta luz sobre o purgatório não nos deram, por exemplo, as revelações de uma Santa Catarina de Gênova!
Nesta matéria sejamos muito prudentes e criteriosos e não nos afastemos do pensamento tradicional da santa Igreja e das normas que acima vão expostas.
  Fonte: O Manuscrito do Purgatório – Mons. Ascânio Brandão – Edições Paulinas – 1953

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