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domingo, 6 de julho de 2014
O Brasil pode vencer os canhões alemães
O brasileiro é mesmo fanático por futebol. Se duvidar é o único ser do mundo com o cérebro em forma de bola.
Para ele, o domingo sem bola é mais triste que panela sem feijão, e mais indigesto do que doce de jiló.
Todo brasileiro é antes de torcedor um técnico e tem um palavrão na ponta da língua, para xingar os adversários e o juiz, principalmente.
O brasileiro está orgulhoso por sediar a Copa do Mundo pela segunda vez, e desta vez não quer voltar a nadar em lágrimas como fora em 1950 no tropeço diante do Uruguai.
Por ser sede o Brasil tem a obrigação de vencer? De ser hexa, de estar sempre na frente das demais seleções do mundo?
Se ganharmos da Alemanha será o início da festa, mas se perdermos, a que consolo buscar? Como dizer para mais de 200 milhões de cabeças de bola, que por mais que tenhamos aprendido a jogar futebol, nossos irmãos de outras partes do mundo também brilham e têm direito como nós?
O Neymar está quebrado, mas o Brasil não está desfeito, pois se existir na mente e no peito de cada um dos jogadores a consciência de que é possível vencer, e no peito houver amor, raça a compromisso, talvez a gente cale os canhões alemães e escute o som da vitória vibrando nas arenas.
Depois que essa festa acabar virão as eleições, e ai será a hora da gente prestar contas com os promoventes, discutir os gastos, prender os ladrões e amaldiçoar a FIFA.
Silveira Rocha
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