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sexta-feira, 19 de maio de 2017

A corrupção no Brasil começou no século 16



Um pouco de história. A corrupção no Brasil começou no século 16, quando funcionários públicos faziam vista grossa no comércio ilegal de produtos brasileiros, como pau-brasil, tabaco, ouro e diamante. 

Continuou durante o período escravagista e prosseguiu até 1850, quando o comércio de escravos foi proibido, mas as autoridades brasileiras, à base de propina, faziam de conta que não viam nada errado. Até o ministro da Justiça, usava escravos em suas propriedades. 

E a corrupção cresceu até 1888, quando da abolição. Não havia interesse em combater o tráfico, porque, afinal, todos lucravam. Menos os negros escravos, é claro. Com Independência, em 1822 e a instauração do Brasil República, outras formas de corrupção, como a eleitoral e a de concessão “negociada” de obras públicas, surgem no cenário nacional. 

O Visconde de Mauá sabia como utilizar esquemas ilegais para enriquecer. Outros empresários sabiam que, “molhando” a mão de autoridades, teriam grandes lucros. 

O fim do tráfico negreiro deslocou, na República, o interesse dos grupos oligárquicos para projetos de grande porte, que permitiriam manter a estrutura de ganho fácil.

Com a República, proclamada em 1889, veio o voto de “cabresto”, durante décadas se tornou a famosa maneira brasileira de corrupção política. A forma mais pitoresca relatada no período foi o voto pelo par de sapatos. No dia da eleição, o votante ganhava um pé do sapato. Só após a apuração das urnas o coronel entregava o outro pé. Veio então o golpe de Getúlio Vargas, que perdeu a eleição no voto e começou uma revolução para tomar o poder, apoiado pela ganância das oligarquias. De lá para cá, já se sabe como a corrupção se arraigou na política e na vida brasileira. Não se tem cura para a doença, mas ao menos a história registra desde quando esse vírus indestrutível tomou conta do nosso país. São mais de cinco séculos de sacanagem. Durará até quando?



GENTE ESPECIAL

O Supremo Tribunal Federal decidiu, através de uma tal de súmula vinculante, que há brasileiros e brasileiros. Se for Paulo Maluf, Celso Pitta (in memoriam), Daniel Dantas ou algum outro envolvido em maracutaias, achaque aos cofres públicos, roubalheira de dinheiro que é do povo, não pode jamais ser algemado, mesmo que contra eles tenham recaído dezenas de acusações. Políticos conhecidos, todos, estão num patamar diferenciado. Não podem aparecer na mídia algemados. De jeito nenhum.


OUTRO POVO

O Supremo, contudo, separou bem as coisas. O Zé das Couves não é cidadão brasileiro igual às excelentíssimas autoridades que vivem vampirizando as verbas dos Municípios, dos Estados, da União. O Zé das Couves, que não tem voto, que roubou também, esse pode ser algemado, pode aparecer em fotos e imagens, porque é ninguém.


COISA DE BRASILEIRO

Fica claro, então, para os nobres ministros do STF, que a lei é para todos, mas alguns são diferentes dos outros. Dependendo do nível do preso, ele não pode ser algemado, porque é uma violência contra seus direitos. Nos Estados Unidos, ladrão é ladrão, seja qual for sua posição social, seu cargo. Lá sim a democracia é plena. Algemas são o sintoma da igualdade, porque diferenciar criminoso é, mesmo, coisa de brasileiro. E do Terceiro Mundo.


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